“Infelizmente, quando aparições que costumam ficar atrás de portas fechadas, esses momentos de verdade, atingem a vida cotidiana, parecem tão pouco prováveis que tendem a ser ignoradas.
Mau gosto.
Exagero.
Melodrama.
São, muito simplesmente, de uma textura diferente e não podem ser acomodadas.”
Do romance “Amor, De Novo”, de Doris Lessing*
Pois bem: este é um trechinho do livro que ganhei do querido Fellipe Fernandes que na época do curso de Criação Literária da AIC provavelmente comentou alguma coisa (positiva) sobre este livro e que agora, é claro, eu não lembro mais.
Conta a história de Sarah, uma dramaturga britânica de 65 anos que, ao dar início a criação de uma peça sobre uma jovem musicista extremamente sensível e romântica, se vê apaixonada de novo.
Não sei o saldo final, porque não terminei o livro ainda, mas por enquanto tá ótimo. O que mais me encantou não foi tanto o enredo, nem a linguagem ou o estilo da narrativa, mas essa atmosfera encantadora que se cria e contagia quem lê porque retrata e acompanha histórias e pessoas relacionadas ao meio teatral.
Tava até achando meio exagerado e melodramático o livro todo… Mas vai ver sou eu que ando na direção oposta e não sei mais lidar com esse tipo de coisa. E percebi que quase ninguém mais sabe mesmo. “É tudo besteira, exagero… coisas que passam, não é? As pessoas gostam de fazer um drama quando é tudo muito simples, não é?”
É. E eu não quero o simples.
* E não aprendi muito bem a seguir as normas da ABNT